
Após terem estado brevemente sobre o formato de quarteto, Erik Rutan e companhia voltam a ser um trio. Na bateria mantem-se Jade Simonneto, cujo estilo começa a ganhar contornos muito próprios, e para o baixo foi recrutado J.J. Hrubovcak, que já tocou nos Monstrosity e actualmente toca ao vivo com os Vile.
Mas como sempre, o cerne do trabalho está na composição das guitarras (sim, porque Rutan grava duas em estúdio e faz uma e meio ao vivo) que desta vez incluem mais melodia e outros contornos experimentais/progressivos. É incerto se este elemento adicional será o suficiente para apelar a novas audiências,

São nove faixas mais uma intro que levantam um paralelo interessante: pela velocidade e agressividade é possível comparar a posição dos Hate Eternal na esfera do Death Metal com a posição que os Slayer têm na esfera do Thrash, se bem que com um historial de sucesso radicalmente diferente.
The Eternal Ruler, a faixa de abertura, mostra que apesar de ter interrompido o seu conceito chave (a monarquia soberana) para honrar a morte do baixista Jared Anderson - ex-Morbid Angel e membro fundador dos Hate Eternal juntamente com Rutan - continua a ser "o rei", e já nem precisa de fazer muito para manter o seu trono.
Mas não deixa de ser extremamente interessante esta alteração na temática, nem que tenha sido apenas por um álbum. Como que um Gilgamesh moderno, o rei Rutan soube chorar a morte do seu Enkidu, surgindo agora como uma fénix que das cinzas se levanta para procurar a sua própria imortalidade.

Phoenix Amongst the Ashes, que revela o lado mais suave de Rutan, também se destaca como faixa forte. Mas o mesmo acontece com Hatesworn, onde Rutan volta a mostrar porque é que (independente das mortes e ressurreições) o ódio é eterno.
Deathveil e Lake Ablaze não são fillers, aliás são muito boas faixas, mas quase que pecam por não se conseguirem destacar tanto quanto as demais na minha opinião. Em The art of Redemption fica patente a vontade de Rutan em expandir o som da banda para além da "simples" técnica e extremismo.
The Fire Of Resurrection fecha o álbum e mostra os Hate Eternal num novo lume, com uma combinação de ritmos, melodias e um solo que destaca esta faixa não só dentro do álbum, mas também na carreira da banda em geral.
É sem dúvida um trabalho seminal que ficará na história do Death Brutal e que é sério candidato a álbum de Death Metal do ano, apesar de haver forte e abundante concorrência.
Gostava de agradecer pessoalmente e em nome do Pedra de Metal ao Erik Rutan que tive o prazer de finalmente conhecer e que me aprovou esta review.
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