Pedra de Metal
domingo, 28 de novembro de 2010
LIVE REPORT - Mindlock + The Spiteful @ Estúdios Nirvana em Barcarena, 27-11-2010
Uma noite gélida, um lugar inóspito. Quem passasse sábado à noite nas imediações dos Estúdios Nirvana em Barcarena nem se apercebia que estava a haver uma festa no interior. O complexo de estúdios que normalmente é ocupado pelas suas bandas residentes foi o lugar escolhido pelos farenses Mindlock para a apresentação em Lisboa do álbum “Enemy of Silence”, acompanhados pelos leirienses The Spiteful, que continuam a promover o álbum de estreia "Persuasion Through Persistence".
A sala não ficou mais que meio cheia; entre o jogo do Sporting, o concerto de Katatonia na sexta e o de Threat Signal no próprio dia concorrentes e desculpas não faltaram. O local também sofre por só ser possível lá chegar de carro, mas diria que a qualidade do som vale bem a pena. Vazio ou cheio presenciamos uma actuação poderosa e intimista, marcada pela forte qualidade do som (fora um ou dois pregos da produção). E sim, penso que uma actuação de duas bandas deste calibre por uns meros cinco euros é uma pechincha, mesmo em tempos de crise.
Já depois da meia-noite os The Spiteful começaram a sua actuação, com a faixa Sinner Suits Sin. Uma actuação forte que consistiu principalmente de faixas do seu primeiro longa-duração, “Persuasion Through Persistence”, editado o ano passado. Os dois pontos altos da actuação foram a faixas Black Tongue, Method of Fire (com o seu refrão arrasador) e New Level, uma cover de Pantera que sofreu um prego da parte da produção. Mesmo assim, A New Level foi das faixas que mais puxou pelo público toda a noite, e a actuação prosseguiu sem problemas adicionais.
Os Mindlock abriram o concerto com Firekiss, a faixa de abertura do seu novo álbum. O espéculo consistiu essencialmente do alinhamento de “Enemy of Silence”, com faixas do longa duração “Egotrip” e o EP “Manifesto” à mistura. O quarteto vem do sul com um poder e uma atitude respeitáveis, e sem dúvida que merecem melhores palcos e maiores públicos. A falta de uma segunda guitarra traz desvantagens mas por outro lado é louvável a forma como Xico se safa sozinho nesse departamento.
Para além da Firekiss, pontos altos nas faixas Sing Like You Were Dead, Blockage e Alcohol Ecstasy. A faixa Unleashed, uma das mais fortes do novo álbum, sofreu uma falha de produção a meio que forçou a banda a fazer uma pausa. Os Mindlock fecharam o seu set com (u)mans, a primeira faixa do álbum de 2003 “Egotrip”, numa altura em que o público invadiu o palco (incluindo os The Spiteful) a pedido do guitarrista Xico.
Foi pena que mais pessoas não tivessem aproveitado para ver este espectáculo. A actuação valeria bem a pena mesmo que o preço não fosse tão baixo, e de uma maneira ou outra, quem lá esteve não se vai certamente esquecer. O que o local perde em falta de acessos ganha na qualidade do som. Quase que as duas actuações cruzaram a barreira entre concerto e ensaio ao vivo, afinal de contas estávamos num complexo de estúdios profissionais que se especializa nessa área. Pesados os prós e contras, apenas sobra a vontade de que ambas as bandas regressem à capital.
A animação da noite esteve a cargo do DJ xBEANx e de alguns membros da produção dos estúdios. As bebidas iam-se servindo e a música sabia bem, o ambiente era aconchegado e o frio começava a já não se sentir tanto. O concerto foi atrasado primeiro porque as bandas tiveram problemas na verificação do som mas depois também para dar hipótese a mais pessoas de chegarem, até porque não havia limites de horas e bem depois das duas da manhã os Mindlock ainda tocavam.
Este artigo foi escrito com a colaboração de Vitor Hugo Teixeira. Podem encontrar mais videos da noite neste canal do YouTube.
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