Pedra de Metal

domingo, 12 de agosto de 2012

PEDRAGULHO - PhaZer "Kismet"


Os PhaZer, banda de rock lisboeta, lançaram o álbum “Kismet” em 2010. Confesso que não sou especialista na área musical em que os PhaZer se expressam artisticamente o que implicará que esta análise terá um pendor bem mais subjectivo do que é costume nas minhas análises a discos.

Na generalidade, o disco está bem produzido e vive muito do trabalho de voz e de guitarra de Paulo Miranda e Gil Neto, respectivamente.

O disco abre com “Wake me”, uma canção de rock melódica e alegre que impõe o ritmo para o restante álbum. Destaca-se o trabalho intrincado na guitarra de Gil Neto bem como os seus solos que dão à música um carácter dinâmico. Curiosamente, em certas partes da música, os riffs de Gil Neto fazem-me lembrar o que Daisy Berkowitz fez na música “Cake and Sodomy” dos Marilyn Manson.

Segue-se “War of shouts” iniciando-se com um grande riff, um refrão melódico protagonizado por Paulo Miranda e um grande solo de Gil Neto, adornando a música.

Em “Serious killer” somos surpreendidos pelo discurso de Charles Manson (sim, ele próprio!) e de todos os fantasmas que levanta ilustrados pela letra da música. Mais um impecável trabalho de guitarra começando com um riff calmo que acaba por desembocar num riff melódico e mais agressivo na altura do refrão com mais um grande solo.

A prestação vocal de Paulo Miranda em “#” é assinalável variando entre a agressividade e a insanidade fazendo lembrar Mike Patton. Acaba por ser uma das canções mais compassadas e com mais groove do álbum além de ter um excelente e orelhudo refrão.

“Kismet” acaba por ser uma das músicas mais pesadas do álbum abordando por si só uma temática “pesada” há séculos, o dualismo Cristianismo-Islamismo. A música é introduzida com um cântico e um riff de tons arábicos e começa de forma bastante calma até que acaba por desembocar num riff carregado de peso atingindo a sua plenitude no refrão, peso esse que se sente também na prestação do vocalista. Destaque também para a prestação de Henrique Martins no baixo e no seu duelo amigável com Gil Neto.

Um riff hipnotizante conduz a música “The unknown” no que parece ser uma profunda reflexão da personagem que é retratada na música atingindo o seu apogeu no verso do refrão cantado agressivamente: “(…)I try to fit in the world but the world doesn`t fit in me (…)”.

“Rebel” tem um toque acentuadamente country fazendo lembrar, por vezes, o que os Metallica fizeram em “Mama said”. A banda fez esta música em homenagem a Charlie Chaplin constando nesta um excerto de um discurso que ele faz no filme “O grande ditador” de 1940.

“Black suite zombie” segue forte e pesada à semelhança de “Kismet”. Começa com um riff extremamente distorcido. Insanidade e agressividade são dois pontos comuns na prestação de Paulo Miranda à semelhança do que acontece em “#”.

“Stay for them” e “Fear itself” encerram o quarteto de músicas mais pesadas do álbum (em conjunto com “Black suite zombie” e “Kismet”) começando (a “Stay for them”) com um riff demolidador até à medula acompanhado pelo bombo do baterista Nelsun Caetano reforçando o peso. Agressividade e intensidade em elevadas doses. O mesmo se poderá dizer de “Fear itself” no entanto o início desta é mais calmo com a introdução de uma harmónica na composição tendo um refrão mais melodioso embora o baterista faça uso do seu duplo bombo nas partes mais agressivas.

A última composição dá pelo nome de “And then it all began” e é um instrumental a solo de guitarra acústica característico dos trabalhos que se fazem ao nível de guitarra clássica.

“Kismet” é um bom álbum, bem estruturado e musicalmente interessante apesar de às vezes se poder tornar demasiado heterogéneo para o seu próprio bem. A nível de guitarra, por vezes, sinto que lhe falta distorção e peso porém isso pode dever-se à influência do “metal pesado” que me corre nas veias…




Entrevista a PhaZer

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