Pedra de Metal

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ENTREVISTA - Decrepidemic


Considerando que o Brutal/Death-metal não é uma tradição em Portugal, existem sempre projectos que aparecem e conseguem resistir às “intempéries”. Os Decrepidemic apareceram e resistiram. Lançaram a sua tempestade de estreia, o fabuloso “The Void Of Un-Existence” que nos certifica que estão para durar. P.G. vocalizou este álbum e deu letras a esta entrevista, pois é, foi ele mesmo que conversamos e nos instruímos sobre mais um grande projecto na ribalta do metal nacional.

Pedra De Metal – Na maioria dos casos, não é fácil escolher os músicos ideais para se formar um projecto onde se obtenha frutos sobre ele. Passaram pela mesma dificuldade?
P.G. - Posso dizer que sim, como quase todos as bandas, no seu inicio passam sempre por este tipo de coisas. No que diz respeito ao estilo nunca tive duvidas do que queria fazer como musico, sempre tive em mente fazer um projecto de Brutal Death. Quanto a formação as coisas aconteceram naturalmente, desde começar a formar a banda com algumas saídas e entradas, como é normal, até chegar a uma formação em concreto. Mas não chamo a isto dificuldades, para mim, são coisas que só ajudam um projecto a crescer e a tornar-se em algo em concreto.

PDM – O Brutal/Death-Metal, que é o estilo que praticam, está a ter alguma adesão no país embora houve bandas que tiveram uma duração efémera dentro deste meio. Achas que vai continuar a crescer?
P.G.
Sendo realista, todas as pessoas que estão ligadas ao movimento do metal em Portugal, sabem muito bem que o Brutal Death Metal não é um estilo de referencia no nosso pais. Já vi muita banda aparecer e desaparecer umas tentam afirmar-se, outras deixam-se levar. No que diz respeito a DECREPIDEMIC sabemos muito bem o que queremos fazer e o onde queremos chegar, temos objectivos bem definidos para ser compridos. Quanto ao crescimento do Brutal Death em Portugal, nos esperemos que venha a crescer e que mais projectos deste estilo apareçam no nosso país, esperemos para ver o que é que o futuro nos reserva.

PDM – Achas, por tanto, que estão a conseguir ter um papel importante na afirmação desta sonoridade em Portugal?
P.G. -
Como referi, anteriormente existe pouco movimento em Portugal no Brutal Death e quando digo isso não estou a falar de publico, mas sim de bandas, mas claro para existir banda tem que existir publico, como tal acho que neste momento estamos a desempenhar um papel muito importante, tentar cativar o publico e motivar músicos a fazer projectos deste estilo. Do meu ponto de vista, penso que as coisas aos poucos e poucos começam a dar frutos.

PDM – Quando “The Void Of Un-Existence” foi lançado, surgiu um “Boom” de participações vossas em concertos, coisa que, anteriormente, muito pouco acontecia e quase se mantiveram escondidos até então. Foi uma estratégia vossa?
P.G. - Não vou dizer que precisamos de um álbum para começar a pisar palcos, quem nos conhece sabe muito bem por onde já andamos e o que já fizemos. Antes de sair o “The Void Of Un-Existence” estivemos sempre no activo com um lançamento de uma demo de estreia, para nos darmos a conhecer, e em seguida muitos concertos por todo o pais e uma Tour na península ibérica com Insidious Decrepancy. Nunca nos mantivemos escondidos muito pelo contrario. A única fase que se pode dizer que estive-mos mais escondidos foi na fase de composição e gravação do “The Void Of Un-Existence”, não estávamos nos palcos mas sim a trabalhar na sala de ensaios e em seguida no estúdio. Quanto ao “Boom” que dizes que surgiu com o lançamento do álbum, não foi estratégia nenhuma, simplesmente fizemos o que qualquer banda tem a fazer quando se quer afirmar, que é, lançar material e promover. Claro que o lançamento de um álbum, ajuda a teres mais concertos e oportunidades, mas definitivamente não foi nenhuma estratégia.

PDM – Este álbum, apesar de ser o primeiro longa-duração, apresenta-se com um elevado grau de produção, foi fruto das oportunidades que tiveram ou já estava destinado para ser assim?
P.G. - Quando decidimos gravar o álbum tivemos sempre em mente inúmeras coisas, desde da composição do álbum até ao resultado final que podemos ouvir no The Void Of Un-Existence. O Elevado grau de produção que referes, na questão devesse ao tempo investido neste trabalho, o álbum foi captado e misturado em Portugal nos Grave Studios, onde grande parte do tempo foi investido. Nunca deixamos escapar um único pormenor, fizemos bastantes experiências e teste de captação até chegar a algo em concreto, penso que o toque magico para finalizar o álbum veio na parte de masterização, que foi feita na Califórnia pelo engenheiro de som Colin Davis nos Imperial Mastering, para nós é uma grande referencia no meio do Brutal Death, não fosse ele o responsável por muitos álbuns que fazem parte das influencia em Decrepidemic. Acho que a junção de todos estes factores funcionou bastante bem.

PDM – Vocês assinaram pela norte-americana Sevared Records, estão a gostar de trabalhar com esta editora? É para continuar?
P.G. - A contrato com a Sevared Records foi muito bom para nós, a todos os níveis. O responsável pela editora trabalhou bastante para projectar e dar nome a Decrepidemic, desde publicidade em revistas como a terrorizer e inúmeras oportunidades e contactos para concertos fora de Portugal. Quanto a distribuição do álbum também estamos bastantes satisfeitos. Relativamente a continuidade com a Sevared Records, só um futuro bem próximo o dirá.

PDM – Recentemente surgiu entrada de mais um elemento na banda, desta vez o José Santos também ao serviço dos Hunted Scriptum, para ao lugar de vocalista cargo que era até aqui ocupado por ti que és também um dos guitarristas, tornando-se assim num quinteto. É difícil exerceres esta dupla funcionalidade em palco?
P.G. - Eu nunca fui vocalista/guitarrista ao vivo. Só gravei as vozes em studio nada mais. Mas já que pões essa questão penso que iria ser complicado desempenhar as duas funções ao mesmo tempo. Ao vivo neste momento faço backvocals mas isso é bem diferente.

PDM – Bom, e para conclusão desta entrevista, gostava que deixasses uma mensagem para quem nos visita e estima tal como nós retribuímos.
P.G. - Para todos os visitantes do Pedra De Metal continuem a manter este tipo de iniciativas vivas, é muito importante existir blogs como este. São estes pequenos movimentos que ajudam a manter o Metal Português vivo.
Stay Brutal Brothers

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