Pedra de Metal

terça-feira, 19 de abril de 2011

ENTREVISTA - Hate In Flesh

Após um mero ano e meio de terem iniciado a banda, os luso-brasileiros Hate In Flesh já têm disponível o seu álbum de lançamento, "Wandering Through Despair". Um excelente trabalho, que mostra que os tempos mudaram em Portugal e já é possível às bandas talentosas e dedicadas aceder a meios que lhes permitem fazer excelentes lançamentos, mesmo sem apoios oficiais.



O Pedra de Metal tem vindo a acompanhar os Hate In Flesh, e publica agora uma entrevista alongada com o vocalista e líder espiritual da banda, Maiko Ramos.

PdM – Como é que se deu o início dos HIF como quarteto? Que actividade teve a banda até o Pedro Bastos se juntar à formação como baixista? Porquê adicionar um quinto elemento nessa altura?

Maiko - Eu e o César já nos conhecíamos antes da banda ser formada, num dia conheci o Paulo a voltar a casa, e de repente já tínhamos 3 membros, Paulo após uma busca incessante nas redes sociais encontramos o Euler, dias depois já estávamos ensaiando, mesmo se conhecendo muito pouco, mas todos tínhamos os mesmos ideais. A entrada do Pedro surgiu após alguns ensaios onde ele nessa altura era apenas expectador, inicialmente eu tocava baixo e vocal, ele no fim acabou se oferecendo para ser o 5 elemento, visto que ser apenas vocalista seria um grande desafio para mim.

PdM – A vossa sonoridade mista é o resultado de diferentes influências ou uma vontade que todos partilharam desde o início? Quais são as vossas principais influências?

Maiko - Nossas musicas contêm fortes influências de toda a escola musical dos membros da banda, visto que cada um tem a sua própia escola, influências como Power Metal, Nu Metal, Death Metal, Hardcore...e toda essa mistura acaba sempre estando presente em nossas músicas, é muito natural a forma com que compomos e conseguimos assim com que todos que escutem nossas musicas consigam sentir esse feeling que mistura consistência e melodia.

PdM – Parecem ser uma banda com uma média de idades muito jovem. Isto é uma vantagem ou desvantagem? Os membros dos Hate In Flesh já tinham alguma experiência prévia?

Maiko – Apesar de sermos novos já todos tínhamos experiência em outras bandas, por isso consideramos também uma vantagem a nossa idade visto que temos também mais garra e tempo para dedicar à banda.

PdM – O nome HATE IN FLESH contrasta com a melodia e diversidade das vossas músicas. Como surgiu o nome, o que representa para vocês?

Maiko – Representa a revolta eminente e o caos interior, como o próprio nome refere. "Ódio na carne"representa metaforicamente o eu interior de cada pessoa, significa que tudo na vida depende da nossa força interior, cabe a cada um de nós decidir o caminho que pretende seguir se é lutar para que realizar seus ideias ou se deixar levar por pensamentos destrutivo que vão então no fim te consumir e fazer com que perca a noção da realidade.

PdM – Onde gravaram “Wandering Through Despair” e quem tratou da produção e mistura?
Maiko – A gravação do álbum foi feita no Brugo Estudio no Lumiar, toda a gravação, produção e masterização foi feita por Hugo Camarinha, no meses de Dezembro e Janeiro.

PdM – A composição e produção de “Wandering Through Despair” foram um processo longo? Contem-nos como nasceu o álbum.
Maiko – A composição do álbum foi acontecendo aos poucos visto que a medida que íamos nos entrosando, as musicas saiam cada vez mais de uma forma natural, demoramos a cerca de um ano para termos as 10 musicas que por sua vez estariam no nosso primeiro álbum.

PdM – Surgiram-vos várias oportunidades de tocar recentemente e assim nasceu a Hate Me Tour, estão preparados para todos estes concertos?
Maiko – Com certeza estamos, sendo que já estávamos sedentos por fazer concertos, depois de um longo ano só em estúdio a produzir as musicas a tour veio mesmo em boa hora, esse ano vamos ficar em cima da divulgação do álbum e aproveitar os frutos de estar em palco e fazendo o que mais gostamos.

PdM – Quem vos tem apoiado ao longo de todo este processo ou tem sido uma jornada 100% independente?
Maiko – Tudo o que fizemos até hoje foi totalmente independente, como sabemos que não existe nenhum tipo de apoio no cenário musical e sem contar que as dificuldades que são imensas, nunca estivemos à espera que alguém nos ajudasse, estamos sempre correndo atrás dos nossos objetivos e tentando nos destacar dentro da cena, no meu ver essa questão se resume a um velho ditado "quem planta colhe".

PdM – Já fizeram contactos ou foram aproximados sobre a possibilidade de terem o vosso álbum editado por uma chancela?
Maiko – Não tivemos nenhum tipo de contacto de editoras ou agências, visto que ainda oficialmente não lançamos o álbum, esse será o nosso próximo passo enviar material para editoras, e esperando assim conquistar um nível mais elevado na cena musical e podendo também propagar nossa musica em outros países e quem sabe um dia realizando o sonho de viver da musica.

PdM – Até quando vão estar disponíveis para concertos, visto que se prevê que a Hate Me Tour ainda venha a aumentar?
Maiko – Esperamos fazer concertos o ano todo, no momento estamos totalmente disponíveis para tocar, visto todo o tempo que estivemos fechados em estúdio deverá ser compensado com muitos concertos durante esse ano.

PdM – Quais foram os concertos que mais curtiram de dar até agora, e com que bandas mais gostaram de partilhar o palco?
Maiko – Todos os concertos realizados até agora foram muito significantes para nós visto que em cada um sempre ouve algum acontecimento que nos marcou por algum motivo "risos". Em relação as bandas todas com que partilhamos o palco sempre respeitaram o nosso trabalho, e esse respeito é reciproco, com o passar do tempo estamos a criar grandes parcerias com grandes bandas como, HANG THE TRAITOR, KARUNIIRU, ANOTHER DAY WILL COME E DARK OATH.

PdM – E lançado o álbum – Seguem-se apenas concertos, festas e promoção ou será que já há algo em agenda (ou planeado) no futuro dos Hate In Flesh?
Maiko – Claro que nesse momento estamos apenas focado na divulgação, mas ao mesmo tempo já estamos a planear conceitos para um próximo álbum, visto que mesmo durante esse ano surgiram mais surpresas que já estão em fase de execução, quem tiver interesse pelo nosso trabalho vão conferindo nosso MysSpace para estar a par de todas as novidades.

PdM – Obrigado por nos darem esta entrevista e colaborarem com o Pedra de Metal, desejamos toda a sorte com os vossos próximos eventos e mal podemos esperar para ter o “Wandering Through Despair” nas mãos para o fazer uma review, é que é um álbum bem acima da média nacional!
Maiko – Agradecemos também ao Pedra de Metal o total apoio que nos estão dando nessa fase de promoção do CD, esperamos contar sempre com essa parceria e logo teremos a oportunidade de ter nossa primeira review feita por vocês estamos muito ansiosos por esse momento, um grande abraço ao Pedra de Metal principalmente ao Carlos Monteiro, que sempre está acompanhando nossa jornada.

Amanhã o Pedras vai publicar as condições do primeiro passatempo em parceria com os Hate In Flesh, para oferta de uma entrada no Hate In Fest no dia 30 de Abril no Revolver Bar e de uma cópia assinada de "Wandering Through Despair", que será também criticado aqui no Pedra de Metal nos próximos tempos.

Cliquem aqui para verificar as próximas datas da Hate Me Tour ou ainda para ver a reportagem que o Pedras publicou após visitar os Hate In Flesh na sala de ensaios.

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