Pedra de Metal

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PEDRAGULHO - Machinergy "Rhythmotion"


Os Machinergy, formados em 2006, em Arruda dos Vinhos, lançam o seu primeiro álbum “Rhythmotion”.

A banda inicia “Rhytmotion” de forma bem poderosa com o riff cadenciado e mecanizado de que é composta a música que dá nome ao álbum. Riff quase dançável, com bastante groove, acompanhado a espaços por um duplo bombo pujante e com uma deliciosa linha de teclado no fim que assinala o desespero veiculado pela música. Situando em termos de sonoridade, todo o ambiente desta primeira música remete para Fear Factory e Strapping Young Lad.

“Blakus” continua no ritmo cadenciado da música anterior e “Innergy”, a música seguinte, ameaça tornar-se um hino e espalhar o caos pela plateia nas actuações ao vivo com o seu refrão fortíssimo e o domínio do duplo bombo. Existe um factor de dinamismo nesta música já que começa com um riff rápido ao longo dos 30 segundos iniciais que acaba por dar lugar a um ritmo de meio tempo poderosíssimo e o ouvinte é apanhado de surpresa, uma bela surpresa diga-se de passagem.

“Godus” tem um início pujante num tom mais melódico do que as três músicas anteriores no entanto quando a música diminui o seu tempo, de forma dramática, para dar lugar ao dueto de linhas vocais de Célia Ramos, dos Mons Lunae, e do vocalista Ruy, a música fica demasiado arrastada e esta perde muita intensidade. Nada a apontar em relação à prestação dos dois vocalistas porém não é conseguida da melhor forma o “espaço” para as linhas vocais entrarem através da diminuição em exagero do tempo da música.

“Tirano” começa com um riff de contornos quase punk/hardcore no entanto pesado como sempre e quase toda a música segue este registo à excepção do refrão que apresenta uma linha de guitarra bem como uma linha vocal mais melódica o que lhe dá um carácter mais dinâmico.

Se “Tirano” era uma música de contornos meio punk/hardcore então “Incendiário” cai nessa categoria completamente. Hugo Rebelo, ex-simbiose, participa nesta música. Faz lembrar a versão que os Sepultura fizeram de “Polícia”, original dos Titãs. O registo punk/harcore é interrompido apenas com o belo ritmo a meio tempo e solo a meio da música.

“Morning” é um tema a meio tempo e a música menos pesada do álbum enquanto que “Rewine” fala sobre o tema de alcoolismo. Riffs compassados e poderosos intercalados com um riff mais melódico e um belo solo a meio compõem este tema. Segue-se “Moneytrees”, o instrumental do álbum e posteriormente, a “Beautyfall”, que encerra o álbum, é constituída por uma linha de guitarra melódica que soa a espaços enquanto, em primeiro plano, a outra linha de guitarra, mais pesada, domina a música.

“Rhythmotion” é um bom álbum. Consistente, pesado e directo com uma grande atenção dada à qualidade de som a que não será alheia a colaboração de Daniel Cardoso. Um trabalho bem conseguido já que este álbum é uma obra digna desse nome apesar de ser uma edição de autor. Apenas restam limar algumas arestas e apurar alguns detalhes para que esta banda seja um caso sério no panorama metálico português.


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