Pedra de Metal

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ENTREVISTA - Marios Iliopoulos, fundador dos Nightrage


Os Nightrage nunca foram banda de uma só nacionalidade mas sempre tiveram por base o Death Melódico de Gotenburgo, paixão do seu fundador, Marios Iliopoulos, guitarrista de origem grega que já tinha anteriormente tocado com bandas como Exhumation. Marios é o único membro original que resta aos Nightrage, que já contaram com Thomas Lindberg (ex-At The Gates) e Gus G (Firewind, Ozzy Osbourne). Tive o prazer de falar com o Marios acerca do lançamento "Vengeance Descending", uma compilação dos dois primeiros álbuns da banda, assim como faixas bónus e notas escritas pelos músicos, que contam com a participação de Michael Stanne dos Dark Tranquillity.


PdM – Porquê lançar “Vengeance Descending” agora, as edições originais estavam esgotadas? Ou há outra razão?
Marios – Bem, a ideia veio da Century Media, eles acharam que seria uma boa ideia relançar esses álbuns visto que os fãs continuam a demonstrar grande interesse.

PdM – Quando olho para o alinhamento da banda nos anos de “Sweet Vengeance” e “Descent into Chaos” apercebo-me de que és o único membro que resta desse período. Como fundador da banda, como classificas a diferença entre os ‘antigos’ e os ‘novos’ Nightrage?
Marios – Eu sou o único que resta e eu nunca me afasto do meu compromisso com a banda porque adoro o que faço. Acho que ambos os alinhamentos são óptimos, talvez faltando apenas alguma da química que tínhamos quando o Thomas Lindgerg, o Gus e eu estávamos a escrever grandes malhas juntos. Mas os novos elementos tão são óptimos, eles adoram a banda e estão a arder para tocar a nossa música. A diferença é que agora podemos fazer espectáculos com o alinhamento que temos agora, e todos os membros estão NA banda. Somos uma grande equipa em que cada um está a fazer o seu trabalho e a química funciona.

PdM – Para além dos dois primeiros albúns, “Descending Vengeance” também inclui os vossos b-sides daquela era, como Black Skies ou Gloomy Daydreams. Os Nightrage têm três demos, não sentiste a vontade de recuperar algum desse material ou sentiste que estava bom assim?
Marios – Acho que é um óptimo bónus para os fãs terem essas faixas e há ainda uma faixa nunca antes ouvida, retirada das sessões do “Descent Ito Chaos” na qual participou o Michael Stanne dos Dark Tranquillity como vocalista. Quanto aos demos sentimos que não era necessário inclui-los, pois talvez os fãs ficassem com a ideia errada de como as faixas eram originalmente. Ou será que gostariam delas? Na verdade não sei.



PdM – Este lançamento vem ainda carregado de liners notes; teus, do Tompa Lindberg, do Michael Stanne e até do Fredrik Nordström. Ainda manténs a amizade com eles? Eles ficaram excitados com esta reedição?
Mários – Ya, claro que sim meu, eles são grandes amigos meus e sempre houve um respeito mútuo entre nós, estamos a toda a hora em contacto com o Fredrik porque ele é o nosso produtor e ele ajuda-nos sempre, dando a opinião sobre os nossos demos, etc. O Thomas e o Gus G vão regressar como convidados para o nosso próximo álbum e mal podemos esperar para que aconteça.

PdM – Nunca é surpresa ver o Thomas Lindberg a abandonar uma banda, mas é mais difícel descobrir uma razão específica. Houve razão para a sua saída dos Nightrage ou foi simplesmente a sua natureza a falar mais alto?
Marios – Foi o acordo que sempre tivemos, ele ajudava-nos tanto quanto pudesse mas tinha também a família para tratar, o trabalho e ainda ans suas outras bandas o que não lhe deixava tempo para os Nightrage, mas nós adoramos o Thomas e ainda permanecemos grandes amigos.



PdM – No “Sweet Vengeance” várias músicas contaram com a participação de Tom S. Englund dos Evergrey, no entanto, quando começaram a trabalhar no “Descent Into Chãos” convidaram Michael Stanne dos Dark Tranquillity, houve alguma razão em particular?

Marios – Nem por isso, estávamos só a tentar algo de diferente penso eu, eu conhecia o Michael muito bem e ele estava interessado em experimentar uma participação, e foi isso que aconteceu.

PdM – Após o lançamento de “Descent Into Chaos” e uma tour bem sucessida com uma nova formação, os Nightrage trocaram de editora, passando da Century Media para a Lifeforce Records para o lançamento de “A New Disease is Born”. Esta mudança teve algo a ver com a saída de certos elementos da formação, o que vos fez perder o estatuto de ‘super-banda’?
Marios – Sim tens razão nesta, foi por causa de termos perdido o Gus e o Thomas, a inactividade em que a banda começou a entrar e ainda uma pequena diferença nas vendas. Mas isso é o que as editoras fazem meu, tivemos de avançar com a nossa carreira e foi o que fizemos, assinamos com a Lifeforce e lançamos outro álbum.

PdM - Consideras os álbuns “Sweet Vengeance” e “Descent Into Chãos” os melhores trabalhos da tua carreira?

Marios – Eu adoro esses álbuns e acho-os geniais, mas parece ser isso que as pessoas dizem, que são os melhores álbuns até agora. Lembro-me da paixão e grande energia que tínhamos quando estávamos a compor e gravar esses álbuns específicos e essa excitação consegue-se ouvir na música, nós tínhamos a missão de fazer a melhor música que conseguíssemos.

PdM – Como te lembras dos teus dias nos Exhumation? Era mais difícil atingir os teus objectivos musicais quando começaste na Grécia?
Marios – Era uma grande banda sem dúvida e tínhamos grandes malhas, mas os outros membros da banda não tinham dedicação para o próximo passo, e os Exhumation acabaram por ser o meu primeiro passo para fazer o sonho que são os Nightrage se tornar realidade, foi por isso que parti para a Suécia para perseguir os meus sonhos musicais. Aprendi muito com os Exhumation e encontrei também o estilo musical que queria tocar.



PdM – Deve ter sido preciso muita coragem para dar um salto assim da Grécia para a Suécia para começares os Nightrage. Já pensaste em voltar para a Grécia?
Mários – Sim, esse foi o maior risco que tomei em toda a minha vida pois não sabia o que ia acontecer, talvez ficasse lá a limpar pratos para sempre (risos)! Mas estou feliz de não ter perdido a concentração e de nunca me ter esquecido de qual era o meu objectivo. Agora, após 9 anos, estou de volta em Thassaloniki na Grécia e posso continuar com a banda daqui, até agora está a correr tudo bem.

PdM – Que vantagens é que um país como a Suécia oferece a um musico profissional?
Marios – Muitas; apoio do estado, clubes em que as bandas podem tocar, dinheiro, pessoas mente-abertas, bons conhecimentos, bons estúdios, bom negócio e muito mais.

PdM – O que está no horizonte para os Nightrage? Estão a trabalhar em novo material ou vão continuar a promover o último álbum e agora o lançamento “Vengeance Descending” na estrada?
Marios – Estamos a trabalhar em novas faixas e até agora temos 12 músicas compostas e até agora estamos muito felizes com elas. Estamos perto de acabar a composição e estamos ansiosos por começar a gravar o novo álbum no início de 2011, a reedição é um bónus porque mantêm as pessoas interessadas na banda. Também vamos ter quatro faixas do álbum “Wearing a Martyr’s Crown” no jogo Rock Band, boas notícias para os miúdos, assim podem jogar com as nossas malhas.

PdM – E falando de estrada e digressões, quando é que a audiência portuguesa vai ter a oportunidade de ver a mais recente encarnação dos Nightrage em palco?
Marios – Espero que em breve, estamos ansiosos por isto, não temos planos específicos no momento mas tencionamos tocar muitos espectáculos depois de lançar o novo álbum no próximo ano.



PdM – Mais uma vez obrigado pelo teu tempo Marios, mal posso esperar por vos ver ao vivo outra vez.
Marios – Obrigado por todo o interesse e apoio aos Nightrage, cumprimentos a todos os nossos doidos fãs em Portugal, mal posso esperar para vos voltar a ver em breve.

Nightrage - Death Metal Melódico

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