A dimensão que os Theriomorphic ocupam, no património underground nacional é muito grande, conquistaram um lugar alto como grande referencia do death-metal. O carismático Jó, com quem dialogamos, é um senhor com um papel de grande valor, pela forma empreendedora com que encara este panorama musical, não só pela sua banda como pelas excursões e eventos que organiza.
Pedra de Metal – A Dethstar Wreck’ordes, que é uma editora criada por ti, suporta apenas os Theriomorphic ou também está disponível para outras bandas?
Jó – Era um projecto que esteve para surgir em 2002 e ficou adiado indeterminadamente. Surgiu a possibilidade de lançar o álbum de Theriomorphic e aproveitei a ideia que estava na gaveta. Já pensei em fazer mais qualquer coisa, mas ainda não se proporcionou e, hoje em dia, é difícil tornar uma editora viável, principalmente quando não há muito tempo disponível para dedicar à mesma. Veremos o que se poderá vir a fazer ou não...
PDM – “The Beast Brigade” é o vosso trabalho mais recente lançado em 2008, que balanço nos podes fazer sobre ele?
Jó – O álbum foi muito bem recebido, em termos gerais. Foi feito de forma mais descontraída e simplista, sem ter a quantidade de pormenores e diferentes pistas que utilizámos no seu antecessor, daí termos ficado muito satisfeitos por sabermos que agradou a tanta gente. Várias pessoas o consideraram como sendo um trabalho superior ao primeiro álbum, o que é um óptimo sinal. Também há quem continue a preferir o “Enter The Mighty Theriomorphic” e, inclusivamente, numa votação para os melhores álbuns de metal feitos em Portugal, conseguimos ter ambos os álbuns na mesma posição, com o mesmo número de votos. Considero muito satisfatório que este equilíbrio se tenha verificado, em vez de ter qualquer dos álbuns a destacar-se em relação ao outro. Ambos se complementam muito bem na definição daquilo que gostamos de fazer.
PDM - Vão continuar a manter o mesmo nível de melodia e técnica no próximo álbum tal com em “The Beast Brigade”?
Jó – É um pouco difícil afirmar algo desse género. Não temos regras muito definidas acerca do que fazemos. Já escrevemos temas mais técnicos e, posteriormente, outros muito menos complexos, em ambos os álbuns. E também juntámos temas escritos em diferentes alturas. No último álbum há dois temas colados, “Shadowlore” e “Flesh Denied”, que foram escritos com 10 anos de diferença e a junção de ambos resultou muito bem. A nossa maior preocupação prende-se com o facto de não querermos escrever temas que soem demasiado parecidos uns com os outros ou repetirmos demasiado os mesmos riffs, dentro de cada tema. O resultado final é sempre algo que depende da disposição com que o trabalho está a ser feito. Muitas vezes, esse resultado até acaba por ser muito diferente daquilo que esperamos, quando temos as primeiras ideias. Não conseguimos antecipar sempre se um tema vai ser mais técnico ou mais directo, mais brutal ou mais melódico, porque isso vai saindo de uma forma algo espontânea. No entanto, há uma certa disposição para fazermos algo um pouco mais agressivo, em geral. Mas isso, por vezes, também nos inspira a ir aos outros extremos, portanto, acho que no todo haverá um pouco do que estão habituados a ouvir na nossa música e haverá sempre um certo equilíbrio.
PDM – Já existe uma data prevista para um próximo álbum?
Jó – Ainda não. Por diversos factores, temos tido outras coisas com que nos preocuparmos, portanto, não podemos estabelecer prazos. Mas julgo que em 2011 já se começará a definir esse aspecto. Inicialmente, eu gostaria de, por esta altura, já termos algo mais concreto, mas há sempre condicionantes, visto que não fazemos disto a nossa profissão. A haver alguma coisa para o ano, será aproximadamente com a mesma diferença com que lançámos os dois primeiros álbuns, por isso, será uma boa altura para um álbum novo. Entretanto, saiu há dias um tributo a Mata Ratos, em que participámos, tal como os Decayed e os Holocausto Canibal, entre várias bandas de Hardcore, Rock e Punk. É uma perspectiva um pouco diferente para ouvir tanto os Mata Ratos como os Theriomorphic, por isso, acho que vale bem a pena. O tributo chama-se “Covers, Cú & Mamas – o tributo ideal”.
PDM – Tem sido um ano bom em termos de concertos? E as hipóteses de tournées fora do nosso país?
Jó – Tendo em conta que a nossa ideia seria a de não darmos praticamente concertos, para podermos trabalhar em novos temas, até tem sido bom, sim. Como o processo de composição se vai arrastando, acabamos por ter sempre alguma vontade de dar concertos. No entanto, só temos aceite convites um pouco especiais, por parte de pessoas com quem temos sempre um enorme prazer em trabalhar e que nos deram sempre um grande apoio, ou em zonas onde não é muito habitual tocarmos ou mesmo onde nunca tocámos antes. Por essa razão, têm sido concertos que nos têm dado muita satisfação. Há dias, estivemos em Corroios com os Obituary e os Hacksaw, com uma sala muito bem composta e uma optima recepção por parte da assistência. Dois dias depois, participámos na apresentação do tributo, em que, além dos Mata Ratos, nós e mais 6 bandas tocámos a cover gravada e um tema original, sem grandes paragens, só a ligar os instrumentos, tocar e dar vez à banda seguinte, com uma casa cheia e gente de gostos diversos, e que também foi uma experiência diferente do habitual e nos deu um enorme gozo. Quanto a tournées lá fora, é algo que gostaríamos de fazer, mas implica muitos custos e algum risco, porque nunca se sabe se as coisas correrão pelo melhor. Não estamos no centro da Europa, onde em poucas horas chegamos a vários países, tirando a Espanha. Já por várias vezes falámos sobre a possibilidade de tocarmos na Galiza, mas até agora não se proporcionou.
PDM – Jó, fora da banda, quais os projectos que tens reservados para o futuro?
Jó – Por agora, os projectos em que estou envolvido já me ocupam bastante, seja a banda, a loja, as excursões ou outros trabalhos que vou fazendo. Já é um pouco difícil dar conta de tudo, mas a situação que este país atravessa nem sequer dá a possibilidade de escolher, por isso, tenho que aproveitar. Se conseguir coordenar as coisas e atingir alguma estabilidade com elas, já será um bom projecto para os próximos tempos. O resto, a seu tempo se verá...
PDM - E como já é da prache por aqui, uma mensagem em nome da banda para os nossos estimados leitores.
Jó – Agradeço-vos a entrevista e, aos que tiveram interesse em lê-la, o tempo dispensado. Podem ouvir a cover de Mata Ratos no nosso Myspace (www.myspace.com/theriomorphic) e, caso queiram adquirir o tributo, qualquer dos álbuns, ou uma das novas t-shirts que estreámos no concerto com Obituary, ou simplesmente enviar alguma mensagem, podem contactar-nos pelo endereço theriomorphic@gmail.com.
Pedra de Metal – A Dethstar Wreck’ordes, que é uma editora criada por ti, suporta apenas os Theriomorphic ou também está disponível para outras bandas?
Jó – Era um projecto que esteve para surgir em 2002 e ficou adiado indeterminadamente. Surgiu a possibilidade de lançar o álbum de Theriomorphic e aproveitei a ideia que estava na gaveta. Já pensei em fazer mais qualquer coisa, mas ainda não se proporcionou e, hoje em dia, é difícil tornar uma editora viável, principalmente quando não há muito tempo disponível para dedicar à mesma. Veremos o que se poderá vir a fazer ou não...
PDM – “The Beast Brigade” é o vosso trabalho mais recente lançado em 2008, que balanço nos podes fazer sobre ele?
Jó – O álbum foi muito bem recebido, em termos gerais. Foi feito de forma mais descontraída e simplista, sem ter a quantidade de pormenores e diferentes pistas que utilizámos no seu antecessor, daí termos ficado muito satisfeitos por sabermos que agradou a tanta gente. Várias pessoas o consideraram como sendo um trabalho superior ao primeiro álbum, o que é um óptimo sinal. Também há quem continue a preferir o “Enter The Mighty Theriomorphic” e, inclusivamente, numa votação para os melhores álbuns de metal feitos em Portugal, conseguimos ter ambos os álbuns na mesma posição, com o mesmo número de votos. Considero muito satisfatório que este equilíbrio se tenha verificado, em vez de ter qualquer dos álbuns a destacar-se em relação ao outro. Ambos se complementam muito bem na definição daquilo que gostamos de fazer.
PDM - Vão continuar a manter o mesmo nível de melodia e técnica no próximo álbum tal com em “The Beast Brigade”?
Jó – É um pouco difícil afirmar algo desse género. Não temos regras muito definidas acerca do que fazemos. Já escrevemos temas mais técnicos e, posteriormente, outros muito menos complexos, em ambos os álbuns. E também juntámos temas escritos em diferentes alturas. No último álbum há dois temas colados, “Shadowlore” e “Flesh Denied”, que foram escritos com 10 anos de diferença e a junção de ambos resultou muito bem. A nossa maior preocupação prende-se com o facto de não querermos escrever temas que soem demasiado parecidos uns com os outros ou repetirmos demasiado os mesmos riffs, dentro de cada tema. O resultado final é sempre algo que depende da disposição com que o trabalho está a ser feito. Muitas vezes, esse resultado até acaba por ser muito diferente daquilo que esperamos, quando temos as primeiras ideias. Não conseguimos antecipar sempre se um tema vai ser mais técnico ou mais directo, mais brutal ou mais melódico, porque isso vai saindo de uma forma algo espontânea. No entanto, há uma certa disposição para fazermos algo um pouco mais agressivo, em geral. Mas isso, por vezes, também nos inspira a ir aos outros extremos, portanto, acho que no todo haverá um pouco do que estão habituados a ouvir na nossa música e haverá sempre um certo equilíbrio.
PDM – Já existe uma data prevista para um próximo álbum?
Jó – Ainda não. Por diversos factores, temos tido outras coisas com que nos preocuparmos, portanto, não podemos estabelecer prazos. Mas julgo que em 2011 já se começará a definir esse aspecto. Inicialmente, eu gostaria de, por esta altura, já termos algo mais concreto, mas há sempre condicionantes, visto que não fazemos disto a nossa profissão. A haver alguma coisa para o ano, será aproximadamente com a mesma diferença com que lançámos os dois primeiros álbuns, por isso, será uma boa altura para um álbum novo. Entretanto, saiu há dias um tributo a Mata Ratos, em que participámos, tal como os Decayed e os Holocausto Canibal, entre várias bandas de Hardcore, Rock e Punk. É uma perspectiva um pouco diferente para ouvir tanto os Mata Ratos como os Theriomorphic, por isso, acho que vale bem a pena. O tributo chama-se “Covers, Cú & Mamas – o tributo ideal”.
PDM – Tem sido um ano bom em termos de concertos? E as hipóteses de tournées fora do nosso país?
Jó – Tendo em conta que a nossa ideia seria a de não darmos praticamente concertos, para podermos trabalhar em novos temas, até tem sido bom, sim. Como o processo de composição se vai arrastando, acabamos por ter sempre alguma vontade de dar concertos. No entanto, só temos aceite convites um pouco especiais, por parte de pessoas com quem temos sempre um enorme prazer em trabalhar e que nos deram sempre um grande apoio, ou em zonas onde não é muito habitual tocarmos ou mesmo onde nunca tocámos antes. Por essa razão, têm sido concertos que nos têm dado muita satisfação. Há dias, estivemos em Corroios com os Obituary e os Hacksaw, com uma sala muito bem composta e uma optima recepção por parte da assistência. Dois dias depois, participámos na apresentação do tributo, em que, além dos Mata Ratos, nós e mais 6 bandas tocámos a cover gravada e um tema original, sem grandes paragens, só a ligar os instrumentos, tocar e dar vez à banda seguinte, com uma casa cheia e gente de gostos diversos, e que também foi uma experiência diferente do habitual e nos deu um enorme gozo. Quanto a tournées lá fora, é algo que gostaríamos de fazer, mas implica muitos custos e algum risco, porque nunca se sabe se as coisas correrão pelo melhor. Não estamos no centro da Europa, onde em poucas horas chegamos a vários países, tirando a Espanha. Já por várias vezes falámos sobre a possibilidade de tocarmos na Galiza, mas até agora não se proporcionou.
PDM – Jó, fora da banda, quais os projectos que tens reservados para o futuro?
Jó – Por agora, os projectos em que estou envolvido já me ocupam bastante, seja a banda, a loja, as excursões ou outros trabalhos que vou fazendo. Já é um pouco difícil dar conta de tudo, mas a situação que este país atravessa nem sequer dá a possibilidade de escolher, por isso, tenho que aproveitar. Se conseguir coordenar as coisas e atingir alguma estabilidade com elas, já será um bom projecto para os próximos tempos. O resto, a seu tempo se verá...
PDM - E como já é da prache por aqui, uma mensagem em nome da banda para os nossos estimados leitores.
Jó – Agradeço-vos a entrevista e, aos que tiveram interesse em lê-la, o tempo dispensado. Podem ouvir a cover de Mata Ratos no nosso Myspace (www.myspace.com/theriomorphic) e, caso queiram adquirir o tributo, qualquer dos álbuns, ou uma das novas t-shirts que estreámos no concerto com Obituary, ou simplesmente enviar alguma mensagem, podem contactar-nos pelo endereço theriomorphic@gmail.com.
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