Pedra de Metal

quarta-feira, 23 de março de 2016

ENTREVISTA - Demonraised



O álbum "Igniferium" é a mais recente criação deste projecto lisboeta que, curiosamente, foi lançada no último dia do ano de 2015, é um trabalho muito interessante pois, em alguns temas, consegue mesmo trazer até nós o revivalismo do black-metal dos anos 90. Os Demonraised aparecem em 2012 e uns tempos após o seu nascimento, Blackfire, o principal fundador, tomaria a decisão de seguir em frente, mas sozinho na escuridão imensa, como multi-instrumentista. E como é obvio, não desperdiçamos a oportunidade de conversar com ele sobre a história deste projecto.

- A banda já foi composta por três elementos, qual a razão pela qual és tu, actualmente, o único elemento da banda? 
Blackfire - Tentando explicar de uma forma sucinta, a banda começou através de pequenos projectos e ideias que se foram criando na minha cabeça, concretizando-se em Demonraised. Éramos três elementos cheios de potencial, mas por ironia, faltava-nos um quarto elemento, o baterista, e tal como na força dos Quatro Elementos, faltou um para dar consistência à formação para que pudéssemos permanecer juntos, e  espalhar a mensagem através de concertos.

- Graças a facilidade com que, hoje em dia, temos em adquirir material de gravação, é possível criar-se um estúdio com as condições minimas. E tu, pelo que sei, és uma pessoa que aposta forte nisso. Achas que os grandes estúdios tem a tendência a desaparecer com o passar dos anos?
B - É uma questão bastante pertinente... Hoje em dia a capacidade tecnológica que dispomos, isto a nível de audio software, torna as coisas bastante mais acessíveis de se fazer numa forma homemade, mas acho que o verdadeiro segredo não está no material, e sim no engenheiro de som - aquele que ouve frequências que não lembram o Diabo! (risos). Infelizmente, alguns estúdios desaparecerão, mas outros concerteza permanecerão, fazendo o bom trabalho que têm feito.


- "Drake Ater" foi o primeiro trabalho lançado contigo como multi-instrumentista, mas mesmo assim este EP ainda contou com dois músicos convidados, Marina Lopes na voz e o violinista Nuno Silva. Neste mais recente trabalho não tens musicos convidados, excepto a participação de Marina Lopes que se mantem. Como correu desta vez e sem ajuda instrumental "extrinseca"? 
B - Pegando na tua observação, em boa verdade foi uma situação bastante "intrínseca", tanto no ponto de vista criativo, bem como também na falta de camaradagem -  onde numa banda temos um feedback imediato, do género "meu, grande riff! Grava essa cena!" - basicamente toquei para os meus fantasmas! (risos)

-  O mesmo tem acontecido com a parte "editorial", que tem também apostado mais no conceito de edição de autor. É uma opção para se manter?
B - Ao contrário do que aconteceu com o Demo e EP, desta vez a produção do album foi feita através de um acordo bastante profissional, em que geri o tempo de forma mais pessoal, não me sentido pressionado com datas, ou qualquer outro critério, mas não quer dizer que futuramente não haja qualquer tipo de acordo editorial.

- Qual o propósito de lançares o "Igniferium" no último dia de 2015?
B - É muito bem observado, e não sei se remete para o campo da metafísica, mas para dizer a verdade aconteceu... Tal como na "Profunda Ascendência", o morrer de uma fase para o renascer de outra.


- Este teu novo trabalho, segundo dizes, é dedicado ao fogo e temos como boa referência o tema "Piromancia". Foi uma ideia desde logo inicial ou decidiste fazer esta dedicatória já no fim do álbum concluido?
B - Inicialmente, enquanto compunha, grande parte das letras tinham como base o fogo, e por isso a origem de títulos como "Ignípede", "Piromancia", e até a "Igneous Blasphemy" (composta em 2011 e gravada no demo DemoMMXII) - que por sinal não deu para estar no album, mas que me fizeram cedo perceber que devia tomar o caminho do Elemento Fogo!

- Tu também tocas numa banda de origem Ucraniana chamada YAR, podes nos contar melhor como é que tudo aconteceu?
B - A nossa relação começou primeiramente num concerto de Demonraised em 2012, onde eles (Yar) estavam presentes. Naturalmente, no final do concerto apresentámo-nos, e pelo que percebi gostaram tanto do concerto como eu adorei o seu album Dreamland! Depois, em 2014 recebo um convite do Stass (vocalista/guitarrista de Yar) para fazer parte do seu projecto. Era um grande fã, e tornei-me parte da banda.

- Os Demonraised, nos seus primórdios, foram uma banda que, tal como muitas outras, também já tocaram ao vivo. E agora, haverá a probabilidade de, no futuro, voltarem aos palcos?
B - Sim, há essa probabilidade, e é o que gosto de fazer! Só o tempo dirá... e com as pessoas certas. Se alguém estiver interessado, os portões estão abertos! (Obrigado por esta pergunta tão oportuna (risos)).

- Para terminarmos esta entrevista, podes adiantar alguma novidade para os nossos leitores, escondida na manga, sobre o futuro dos Demonraised?
B - Hmmm... A propósito de Elementos - não seria desafiante evocar outro Elemento que não o Fogo?


Sem comentários: