Pedra de Metal

quarta-feira, 11 de maio de 2011

LIVE REPORT - Hate Eternal + Obscura + Beneath the Massacre + Defiled @ Revolver Bar, Cacilhas, 08-05-2011

Quem esperava uma tarde e noite da mais pura violência, brutalidade e técnica ficou sem dúvida satisfeito. A Xuxa Jurássica trouxe a Lisboa quatro bandas de Death Metal internacionais de três continentes diferentes, e o resultado agradou aos presentes, assim como às bandas.

O local escolhido inicialmente para este evento foi o Cine-teatro de Corroios, mas qual não foi a surpresa de muitos quando descobriram, em cima da hora ou mesmo no próprio dia, que o concerto afinal se ia realizar no Revolver Bar em Cacilhas.

Mas, se inicialmente o ambiente no Revolver era negativa quanto à mudança de cenário, o mesmo não se podia dizer no fim da noite. É que este pequeno (e algo deficiente espaço) com a sua mística de Undeground puro, junto a estas tremendas bandas e o ambiente do público gerou uma festa de Death Metal como vi poucas até hoje.



Por volta das seis e meia da tarde as portas abriram e pudemos assistir ao concerto dos japoneses Defiled, que vieram pela primeira vez à Europa. A banda presenteou-nos com um Death Técnico/Brutal violentíssimo mas apelativo, que se destaca por uma secção rítmica fantástica e uma guitarra diferente e original, não fossem os japoneses mestres do seu próprio estilo de composição.



A banda mostrou algumas dificuldades em comunicar em inglês, mas não abandonou o palco sem um discurso do guitarrista, o qual realçou que era um sonho para a banda estar pela primeira vez em Portugal, citando a relação histórica entre os nossos países. A banda praticou o seu Death Brutal/Técnico na perfeição e teve disponível o seu novo álbum "In Crisis", da chancela Season of Mist.



Seguiram-se os canadianos Beneath the Massacre, uma daquelas bandas que faz realmente juz ao nome Deathcore, pois mistura o feeling e energia do hardcore com composições típicas de uma banda de Death.



Mais uma vez o conjunto estava forte, e o destaque vai para o guitarrista - altamente técnico - assim como o baixista e vocalista, que mostraram em palco uma energia incrível.



A banda trouxe na mala 4 lançamentos, entre eles o EP Marée Noire de 2010, e tocaram faixas como Society's Disposable Son ou The Casket You Sleep In, que pareceriam já ser conhecidas do público pela reacção que geraram.



Seguiram-se os Obscura, que provavelmente teriam sido considerados a banda da noite se houvesse um inquérito à saída. Os alemães vieram sem o baixista Jeroen Paul Thesseling (dos holandeses Pestilence) mas acompanhados de um susbtituto mais que eficaz, se bem que sem o fretless bass que tantos esperavam ver e ouvir.



A banda comentou após o concerto que ficou surpreendida com a resposta e (se bem que estas declarações são sempre algo duvidáveis) classificou a diminuta audiência de "a melhor até agora" assegurando a vontade da banda de voltar em breve.



E esperemos que sim, pois pela primeira vez testemunhei - e participei claro - em cânticos à la jogo de futebol que acompanhavam as melodias de guitarra de uma banda de Death tão "extrema".



E a noite não estaria completa sem a subida ao palco de Erik Rutan, fundador e mentor dos Hate Eternal, assim como ex-guitarrista de Morbid Angel creditado entre os álbuns "Blessed Are the Sick" e "Gateways to Annihilation". A potência da sua voz e guitarra contrasta com uma pessoa que fora do palco aparenta ser tímida e humilde, algo que sinceramente não esperava de uma lenda viva do Death über-Brutal.



A banda pre-lançou em Portugal o seu novo álbum, que esteve disponível em três países europeus dias antes, mas que foi lançado para toda a Europa na segunda-feira. O novo trabalho retém toda a incessante brutalidade e técnica de Rutan, mas adiciona-lhe outros elementos que tornam a música mais complexa, apelativa e apreciável.



Os fãs de Hate Eternal tiveram o que esperavam: um Rutan no auge, a tocar guitarra como se a mesma se tratasse de uma extensão do seu corpo, e uma voz arrasadora sem muitos rivais no espectro mais extremo do Death Metal. Aliás, poucos serão os vocalistas que não falam mas sim continuam a fazer growl entre as músicas, levando muitos a dizer "não percebo nada" e outros a responder "duh, é Hate Eternal, é suposto ser assim".

Claro que os Hate Eternal "são" o Erik Rutan, mas é de louvar a formação que actualmente o acompanha; Jade Simonetto na bateria e no baixo J.J. Hrubovcak, veterano que já passou pelos Monstrosity, os Mourning e que toca actualmente ao vivo com os Vile. É possivelmente a formação mais forte dos Hate Eternal, a qual esperamos que regresse em breve a terras lusas.

O Pedras tem confirmados e aprovados pelas bandas PEDRAGULHOS ao álbum "Phoenix Amongst the Ashes" dos Hate Eternal, "Omnivium" dos Obscura e "In Crisis" dos Defiled. Estamos ainda em contacto com as respectivas editoras para assegurarmos o maior número possível de entrevistas a estas quatro excelentes bandas, e em breve divulgaremos mais informações.

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