*Declaração de intenções: sendo esta a minha primeira contribuição para o Pedra de Metal em termos de críticas a álbuns venho relembrar que, no fundo, toda a análise a uma obra artística é uma análise subjectiva logo passível de discordância. O que interessa é que todos podemos aprender com as opiniões uns dos outros. Como se diz na cultura americana (ou inglesa...) "opinions are like assholes...everyone has one...". Dito isto passemos ao importante.*
Os Painted Black apresentam-nos o seu primeiro álbum “Cold Comfort” no seguimento do lançamento de duas demos e um promo-cd desde o início da sua carreira, em 2001.
O 1º tema do álbum, “Via Dolorosa” começa com um verso que caracteriza este álbum: “We walk the narrow path/ Between the sacred and profane”. A música da banda, nomeadamente este primeiro tema, caracteriza-se por uma dualidade entre secções rítmicas agressivas intercaladas com partes mais limpas criando uma dinâmica muito interessante. Isto acontece a todos os níveis tanto a nível instrumental como de voz. Aliás, o registo vocal de Daniel Lucas assemelha-se, muitas vezes, ao registo de Fernando Ribeiro dos Moonspell, tanto nos registos limpos como nos guturais. O ambiente que rodeia esta obra é de soturnidade, tristeza, melancolia, solidão e nostalgia ilustrado de forma perfeita pela fotografia do interior do livreto que acompanha o cd que mostra uma casa isolada em estado avançado de decomposição. Se quisermos caracterizar de alguma forma a música criada pelos Painted Black diria que é um metal ambiental, como descrevem na sua página do myspace, acrescentando que tem uma forte componente de metal gótico. Este primeiro tema é caracterizado pelas linhas de guitarra poderosíssimas e o frenético duplo bombo de Rui Matos, na bateria.
O 2º tema, “Shadowbound”, inspirado pelo livro “Jonathan Strange & Mr. Norrell” de Susanna Clarke começa com um riff de proporções épicas impressionantes. Graças a este, a música torna-se quase hipnótica tendo o seu apogeu na parte do refrão onde se junta outra guitarra a tocar a mesma linha, reforçando essa dimensão épica.
A 3ª música, “The end of tides” inicia-se com um riff em registo limpo complementado por uma linha de guitarra melódica e melancólica que desembocam, mais uma vez, num excelente refrão.
A “Absent Heart” pode ser considera a “balada” do álbum já que é, maioritariamente, pontuada por uma linha de guitarra em registo limpo à excepção do registo vocal gutural de Daniel Lucas que surge no refrão.
O tema homónimo mantém o dinamismo e a estrutura das músicas iniciais, em que irrompem e cessam linhas de guitarra quando não esperamos. O bellíssimo riff que acompanha a voz gutural de Daniel Lucas enquanto canta, em sofrimento: “I fall down to where silence dwells/Found home in the binding dark” é sem dúvida um dos pontos altos do disco.
“Winter (storm)” é a música mais imediata do álbum e, na minha opinião, o ponto mais baixo do álbum. Não deixa de ser uma boa canção, no entanto, o seu imediatismo contrasta fortemente com o resto do álbum. É este imediatismo que não dá espaço às várias texturas musicais que estão presentes no restante disco de aparecerem e enriquecerem a música.
O 1º tema do álbum, “Via Dolorosa” começa com um verso que caracteriza este álbum: “We walk the narrow path/ Between the sacred and profane”. A música da banda, nomeadamente este primeiro tema, caracteriza-se por uma dualidade entre secções rítmicas agressivas intercaladas com partes mais limpas criando uma dinâmica muito interessante. Isto acontece a todos os níveis tanto a nível instrumental como de voz. Aliás, o registo vocal de Daniel Lucas assemelha-se, muitas vezes, ao registo de Fernando Ribeiro dos Moonspell, tanto nos registos limpos como nos guturais. O ambiente que rodeia esta obra é de soturnidade, tristeza, melancolia, solidão e nostalgia ilustrado de forma perfeita pela fotografia do interior do livreto que acompanha o cd que mostra uma casa isolada em estado avançado de decomposição. Se quisermos caracterizar de alguma forma a música criada pelos Painted Black diria que é um metal ambiental, como descrevem na sua página do myspace, acrescentando que tem uma forte componente de metal gótico. Este primeiro tema é caracterizado pelas linhas de guitarra poderosíssimas e o frenético duplo bombo de Rui Matos, na bateria.
O 2º tema, “Shadowbound”, inspirado pelo livro “Jonathan Strange & Mr. Norrell” de Susanna Clarke começa com um riff de proporções épicas impressionantes. Graças a este, a música torna-se quase hipnótica tendo o seu apogeu na parte do refrão onde se junta outra guitarra a tocar a mesma linha, reforçando essa dimensão épica.
A 3ª música, “The end of tides” inicia-se com um riff em registo limpo complementado por uma linha de guitarra melódica e melancólica que desembocam, mais uma vez, num excelente refrão.
A “Absent Heart” pode ser considera a “balada” do álbum já que é, maioritariamente, pontuada por uma linha de guitarra em registo limpo à excepção do registo vocal gutural de Daniel Lucas que surge no refrão.
O tema homónimo mantém o dinamismo e a estrutura das músicas iniciais, em que irrompem e cessam linhas de guitarra quando não esperamos. O bellíssimo riff que acompanha a voz gutural de Daniel Lucas enquanto canta, em sofrimento: “I fall down to where silence dwells/Found home in the binding dark” é sem dúvida um dos pontos altos do disco.
“Winter (storm)” é a música mais imediata do álbum e, na minha opinião, o ponto mais baixo do álbum. Não deixa de ser uma boa canção, no entanto, o seu imediatismo contrasta fortemente com o resto do álbum. É este imediatismo que não dá espaço às várias texturas musicais que estão presentes no restante disco de aparecerem e enriquecerem a música.
As últimas duas músicas, “The rain in June (out of season) e a “Inevitability” mantêm a mesma qualidade das cinco músicas iniciais e a sua estrutura complexa e dinâmica.
Os Painted Black lançam um álbum muito bom na senda do metal melancólico e justificam assim o facto de terem ganho três vezes consecutivas o prémio para melhor banda de metal portuguesa sem contrato na sondagem promovida, anualmente, pela revista LOUD!.
Das melhores bandas a escreverem e a descreverem sentimentos melancólicos e soturnos. Se Fernando Pessoa estivesse vivo, ouviria Painted Black.
Assistiremos com curiosidade e expectativa, ao crescimento desta banda.
Das melhores bandas a escreverem e a descreverem sentimentos melancólicos e soturnos. Se Fernando Pessoa estivesse vivo, ouviria Painted Black.
Assistiremos com curiosidade e expectativa, ao crescimento desta banda.
1 comentário:
Força Painted Black!! Um forte abraço do Costita!!
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