Pedra de Metal

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ENTREVISTA - Lux Ferre


Quatro anos depois do lançamento do álbum de estreia, os Lux Ferre voltaram a surpreender-nos em 2009 com “Atrae Materiae Monumentum”, numa qualidade ainda superior e com a novidade de algumas das musicas serem em português. Um trabalho muito interessante, nascido da mente profunda do vocalista Devasth com quem falamos à cerca desta grande banda.

Pedra De Metal – Apesar de não se ouvir falar muito de vocês ultimamente, Lux Ferre continua a ser um nome com reconhecimento?
Devasth Sinceramente não sei. Penso que a maior parte das pessoas que estão dentro do panorama do Black Metal português conhece o nome Lux Ferre. Está certo que estivemos quatro anos sem fazer qualquer lançamento e praticamente três sem dar concertos mas não foi por isso que caímos no esquecimento. As notícias do novo álbum foram muito bem recebidas demonstrando que muita gente se lembra de nós.

PDM – A digressão que fizeram com os Cirith Gorgor por vários países da Europa favoreceu na vossa projecção? Qual a reacção dos diferentes públicos?
Devasth – Sim favoreceu bastante. Não tínhamos a noção de que o nosso nome estava tão bem espalhado, principalmente na Alemanha e na Austria. As reacções do público na Europa é, de um modo geral, bastante diferente do que aquilo que se passa em Portugal. Aqui já tivemos concertos em que o público reage de uma forma mais “movimentada”. Na Europa o público normalmente limita-se a ficar atento, quieto e de braços cruzados… ocasionalmente um heabanging mais frenético.

PDM – Na altura em que “Antichristian War Propaganda” foi lançado, os Lux Ferre apresentavam-se com uma formação de estúdio e outra para actuações ao vivo, hoje trabalham da mesma forma?
Devasth – Sempre trabalhámos assim. No inicio era só eu o único membro comum em ambas as formações mas agora as coisas estão bem mais assentes. A formação está definitiva e posso dizer que actualmente a formação ao vivo é a mesma que vai ser para o próximo álbum.

PDM – Em “Atrae Materiae Monumentum”, o vosso mais recente trabalho lançado o ano passado, possui um alinhamento de musicas em que a maioria delas são cantadas em português. Que razão vos levou a faze-lo?
Devasth – Algumas letras foram escritas originalmente em inglês mas mais tarde eu percebi que se estivessem em português ganhavam mais impacto e significado. Assim que eu comecei a perceber isso, comecei a escrever em português logo de inicio. Sinceramente as coisas surgiram de uma forma natural como deve sempre ser e o que dantes era mais complicado para mim, agora é quase obrigatório, portanto, é bastante provável que o próximo álbum tenha todas as letras em português.

PDM – O que exploraram de diferente para a realização deste segundo álbum?
Devasth – Tecnicamente melhorámos bastante a produção o que nos levou a adoptar diferentes formas de gravação, usámos um melhor hardware e software e tivemos maior controlo e margem de manobra sobre o produto final. Tematicamente também fizemos uma aproximação diferente em comparação aos lançamentos anteriores. Decidimos abordar temas mais pessoais e difíceis de exprimir, sentimentos muito obscuros que causam desconforto. A maldade continua lá, a dor já não é projectada, é auto-infligida. O “Luciferianismo” está orgulhosamente presente, não na sua forma mais iluminada, mas sim na sua forma mais “contida”, podemos dizer que está à espera de explodir, como acontece na faixa Pira.

PDM – Estes dois álbuns tiveram a assinatura da Ketzer Records, vão continuar a trabalhar com eles?
Devasth – Sim, tudo aponta para isso.

PDM – Sei que vocês têm outros projectos em paralelo com Lux Ferre, como está a decorrer o progresso deles?
Devasth –
Em Penitência estamos a finalizar a composição das faixas para o próximo lançamento. Ars Diavoli, projecto do Vilkacis lançou agora o álbum “Clausura” pela Bubonic… e sinceramente o resto não sei!

PDM – Resta agora pedir uma mensagem dos Lux Ferre aos nossos leitores.
Devasth – Oiçam o mais recente álbum “Atrae Materiae Monumentum”, é uma verdadeira viagem pelo lado negro da mente humana da qual não se vão esquecer. Apareçam nos nossos próximos concertos: dia 2 de Outubro em Guimarães no Vimaranes Metallum Fest IV e dia 16 de Outubro em Benavente no Side B Bar. Para mais informações visitem www.luxferre.info ou www.myspace.com/officialluxferre .
A dor não acaba!

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