Pedra de Metal

terça-feira, 9 de junho de 2009

Crónica da Pedra - Volume 3

Peço desculpa pelo atraso mas a musa da inspiração deixou-me sem palavras durante uns dias…

Graças a isso, dei por mim a pensar e foi-me fácil ter um assunto um pouco delicado.

Dado que o metal prega essencialmente a liberdade, eu fico um pouco confuso com as bandas com ideologias de extrema direita que por ai andam. Quer dizer, eu não vou chegar ao ponto de não saber o que elas pregam mas sinceramente quem gosta de saber que bandas como os gloriosos Nokturnal Mortum são de ideologia neo-nazi?

É muito triste perceber que bandas assim se deixam contaminar pelas ideologias politicas dos seus membros, inquinando assim o que, de outra maneira, seria uma banda muito boa no que faz. Tal como me confunde o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, negar a existência do Holocausto, também me deixa sem palavras pensar que pessoas como Varg Vikernes, compositor de grande categoria e acompanhante sonoro das minhas noites de á uns anos atrás, na forma da música de Burzum, defendem a extinção da raça judaica. Para todos vós que não sabem, estima-se que 85% da população portuguesa descenda de judeus e árabes, pelo que, quando alguém diz que gostava de extinguir a linha de sangue judaica, também nos inclui a nós, nobre povo lusitano, descobridores de muito do que se convencionou chamar de Novo Mundo. Quando ouço a existência de neo-nazis em muitas bandas de Portugal, Espanha ou até das Filipinas ou Indonésia, fico honestamente sem perceber que ideologia conseguem defender essas pessoas. Dos mais informados que estão a ler estas palavras, claramente que poderão falar na ideologia extrema presente no black metal mais ortodoxo, que prega a extinção da religião cristã. Ora pois bem, apesar de ser um confesso ouvinte desse estilo, não apregoo nada disso uma vez que dispenso extremismos ideológicos de qualquer tipo, não só políticos, mas também religiosos.

Gosto, no entanto, de bandas que metem o dedo na ferida e que, sendo profundamente politicas, são, acima de tudo, responsáveis por acordar muita gente para problemas reais, tais como os Lamb Of God, que, através da sua música “Redneck”, mandavam um recado directo a George William Bush. Mas isto não é extremismo; isto é o que os americanos chamam de “wakeup call”, que é como quem diz em bom português, um abre-olhos! Alertar e não condenar; convidar à união e não dividir para conquistar.

Se nas vossas bandas vão usar letras de teor politico, pensem que podem fazer a diferença, não pensem em odiar quem vos pode até idolatrar.

Foi uma crónica diferente do habitual que eu escrevi e vou escrever, mas sinceramente, ando farto de gente que não tolera a diferença. Xenofobia não é só odiar pela cor de pele ou religião, pode ser também pela roupa que se veste ou pela musica que se ouve. Pensem lá nisso… Enquanto se escuta, alto e bom som, toda a musica que vos faz sentir o corpo a vibrar em sintonia com a alma.

Aproveito para deixar a sugestão de escuta da minha predilecção do momento:

Altar Of Plagues – White Tomb,

(foi editado pela Profound Lore no mês passado)

10 comentários:

Paulo Eiras disse...

Eis um texto que nos leva fora do lado musical que muitas vezes as pessoas não compreendem. Deixo aqui o exemplo dos Slayer que numa das capas queimam a biblia e que no entanto os primeiros agradecimentos que fazem é a Deus.

Isis Erzsébeth Báthory disse...

Ora bem, puseste-me a pensar...
Porque tenho uma opinião estranha...
Eu sou descendente de germano-judaicos, e arabes...
E sinceramente deixa-me triste ver estas guerras todas contra o povo judaico, porque embora existem no meio de judeus, muitos "personagens" horriveis, tambem temos excelentes pessoas....
E embora para eu ser verdadeiramente judia, tenha que sair de ventre judeu, continuo a sentir-me um pouco como tal, e tenho orgulho em todas estas minhas origens...
No entanto, tambem não tenho nada contra os neo-nazis, aliás sou uma grande fã de Hitler (eu disse que tinha uma opinião estranha, não disse?), temos de ser honestos, Hitler foi um génio, e continua a ser, mesmo depois de morto, é que continua a ser parvos que o seguem, conseguio de uma certa forma manipular as forças alemãs, sendo ele um austrieco, não era algo normal ele estar como militar nas tropas alemãs...Conseguio chegar a ditador na Alemanha, que não era sequer o pais dele...
No entanto acho que o que ele fez, era, e está errado. Mas voltando a pegar na questão de não ter nada contra neo-nazistas... Explico, não tenho nada contra essas pessoas, quando respeitam os outros, conheço varias pessoas que embora não achem correcto a mistura de raças e "bla bla bla", não andam por aí a matar judeus só porque sim... Apenas, não querem isso para eles... E vale a pena referir que hoje em dia, a malta é tão burra que acha que ser nazi/neo-nazi, é odiar pretos (o que sinceramente me faz especie), e tambem, ser-se um homofóbico... Digo a esses meninos, "querem ser nazis? então estudem primeiro"...

E pronto aqui dei uma opinião confusa e estranha...
Mas onde quero chegar é que desde que todos saibam os seus limites, e saibam respeitar os outros, vivemos todos muito bem...

Cláudia disse...

polémico.....

mas tenho-te a dizer que sempre houve e sempre vão haver pessoas/grupos extremistas! é uma gaveta da nossa sociedada que nunca se esvaziará. parece uma necessidade do ser humano encontrar uma ideologia que fala/age/sinta por ele próprio e o guie a 100%, acho que existe um constante medo do tradicional "sermos nós próprios" porque isso é simplesmente demasiado complicado e arriscado. enfim, pessoalmente, e embora os perceba em parte, sou contra extremismos.

não os odeio, porque isso é ser extremista! lol


<3

Marco de Oliveira disse...

Gostei, Marco! ;)


Isis Erzsébeth Báthory, porquê que Hitler foi um génio?

[Irony mode]
Será que ainda vou a tempo de matar umas pessoas e tornar-me também num inesquecível génio?

Cláudia disse...

marco,
se incluires a minha professora de historia nesse de pessoas a matar, posso participar? ou queres a fama toda para ti?

Cláudia disse...

Já agora:


Isis Erzsébeth Báthory,

em portugal temos um presidente que aceitou subornos e tirou o curso ao domingo.

a ele ninguém o chama de génio.

Isis Erzsébeth Báthory disse...

Marco, considero-o um génio, sendo ele tambem um judeu, conseguio virar varias naçoes contra o seu povo, sem ter problemas (pelo menos durante os seus anos de glória).
E continua a mexer com muita cabecinha, tens muita gente que continua a seguir a sua ideia...

Mas se leres bem, disse que não acho que o que ele fez foi correcto.

Marco de Oliveira disse...

Ok. ;)
Só perguntei porque ja ouvi muitas opiniões acerca de Hitler, mas nunca vi ninguém que o chamasse de génio.

;)

Teen.angst, fa-lo tu, e eu chamo-te de génio fêmea, ok? LOL

Marco Simões disse...

obrigado pelos comentários :)

Marco Simões disse...

Paulo:
O agradecimento a Deus é do Tom Araya, cristão confesso. O Kerry King era satanista confesso nessa fase da vida (agora é mais bebedor confessor :grin:)
Isis:
Compreendo-te completamente porque eu percebo o que queres dizer acerca do Hitler. No entanto, acerca dele eu diria mais o homem certo, na nação certa, na hora errada! O espirito imperialista da nação germânica propicia o aparecimento de ideais fortes e extremistas! (Mas esta conversa dar-nos-ia para horas ou dias....)
Teenage e Marco:
Aquela fufa antipatica a que chamam professora merece um tiro pelo tratamento de besta que faz a pessoas inteligentes!
obrigado de novo pela participação!